A introdução do bilhete único é um anseio antigo dos usuários e será a primeira parte de um cronograma de medidas
A melhoria do sistema de transporte público metropolitano avança com a implantação, no próximo sábado (02), do Bilhete Único, por meio do Cartão Fácil. O bilhete vale por duas horas e meia. Deste modo, permite o pagamento de tarifa única pelo usuário, além da integração dos terminais. A mudança foi elogiada pelo pré-candidato ao Senado, Alexandre Baldy, que já foi secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo.
A introdução do Bilhete Único é um anseio antigo dos usuários, e será a primeira parte de um cronograma de medidas propostas pela Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos (CDTC), para melhoria do transporte coletivo na capital.
De acordo com Baldy, é preciso que a haja uma boa interação entre o poder público e a iniciativa privada na gestão do transporte público, por se tratar de um setor estratégico para a sociedade. Para ele, é essencial que o Estado esteja presente no apoio, enquanto as empresas fazem a operação.
Alexandre Baldy defende que a questão do subsídio para o transporte metropolitano de Goiânia seja bem debatida e definida, o quanto antes, para frear novos aumentos da tarifa. O assunto, subsídio ao transporte, ainda não é consenso nem entre as cidades que compõem a Região Metropolitana, nem dentro da própria CDTC.
Alternativas devem ser pensadas
Por conta de sua experiência como secretário de Transportes Metropolitanos da maior cidade do País, pré-candidato ao Senado salienta que Goiânia deve ser capaz de repensar o deslocamento da população dentro da realidade de sua extensão urbana. “O ônibus, por ser um transporte de pequena capacidade, comparado a outros meios como o metrô, não pode ser a única alternativa para o deslocamento dos trabalhadores na Região Metropolitana”, sugere.
Alexandre Baldy afirma que há necessidade de se pensar em planejamento urbano de uma maneira mais unívoca, unindo o Plano Diretor com o Plano de Mobilidade Urbana. “Uma cidade não para de crescer, por isso, é preciso aliar o crescimento ao desenvolvimento para não onerar o poder público nem sacrificar os usuários”.
Para isso, defende a necessidade de se pensar na implantação de opções de deslocamento em massa. “Há que se fazer um planejamento a longo prazo. Goiânia não vai deixar de crescer. O projeto do Bus Rapid Transport (BRT) poderia ser muito aprimorado, mas até hoje nem foi concluído”, aponta.
Ele lembra que em 2018, quando era ministro das Cidades, conseguiu a liberação de recursos na ordem de R$ 270 milhões para destravar as obras do BRT, paradas desde o ano anterior. E lamenta que as gestões municipais seguintes não tenham conseguido superar esse desafio de concluir essa importante obra para a mobilidade de Goiânia.
Ele destaca que é preciso acabar com a discriminação com o transporte público. É um desafio muito grande, vai ser ainda mais após a pandemia. Precisamos criar soluções metropolitanas. Discutindo a mobilidade dentro do desenvolvimento urbano”, diz.